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Dengue pode deixar sequelas? Infectologista responde

Casos graves de dengue hemorrágica podem causar complicações de saúde e afetar coração, fígado e cérebro

O Brasil está se aproximando de um milhão de casos prováveis de dengue, de acordo com informações divulgadas pelo Ministério da Saúde. Além disso, já foram confirmadas 195 mortes pela doença, até a última terça-feira (27).


A dengue pode ser fatal em casos graves, principalmente no quadro hemorrágico. Esses casos podem levar a complicações de saúde diversas, afetando diferentes partes do corpo.

“Geralmente, a dengue clássica não causa sequelas, mas elas podem surgir com a dengue hemorrágica e se manifestarem após a infecção”, explica Moacyr Silva Júnior, médico infectologista da Rede Plus, da Care Plus.


Os sinais de agravamento da dengue costumam aparecer após o 3º e o 5º dia de infecção e incluem sintomas como dificuldade para comer, vômitos frequentes, dor abdominal e presença de manchas vermelhas na pele. “Se entre o terceiro e quinto dia, a febre sumiu e a pessoa está tendo uma piora do estado geral, esse é o momento em que a dengue está piorando, levando a uma dengue hemorrágica”, afirma o infectologista.

Os casos mais complicados são comuns nos grupos de risco, como crianças, idosos, pessoas com comorbidades pré-existentes, gestantes e imunossuprimidos. Veja, a seguir, as principais sequelas que podem ocorrer em decorrência da dengue grave.


Problemas hepáticos

A dengue hemorrágica pode levar a problemas no fígado, como a hepatite aguda, uma doença caracterizada pela inflamação das células hepáticas. Isso acontece porque o vírus pode afetar o funcionamento de diversos órgãos. Seus sintomas incluem náusea, vômito e cansaço.

“A dengue hemorrágica pode levar a uma hepatite aguda, podendo causar uma insuficiência hepática, e há alguns casos relatados em que houve a necessidade de transplante de fígado. Porém, são casos mais raros”, afirma Moacyr.


Problemas cardíacos

A dengue, em sua forma mais grave, também pode levar à problemas cardíacos, principalmente em pacientes que já possuíam doenças cardiovasculares pré-existentes, como a miocardite, caracterizada pela inflamação de uma camada da parede do coração, e a insuficiência cardíaca, quadro em que o coração não consegue bombear sangue de forma adequada.

“Em casos graves, em que há uma exigência muito maior do sistema cardiovascular, o vírus da dengue pode levar ou piorar a insuficiência cardíaca, mas também não é comum”, explica o infectologista.


Encefalite

A encefalite é uma das consequências mais graves da dengue. Ela é caracterizada por uma inflamação severa no cérebro e, geralmente, está associada a uma infecção por vírus, como é o caso da dengue.

“A encefalite relacionada à dengue pode ocorrer quando o vírus afeta diretamente o cérebro, causando uma resposta inflamatória. Isso acontece devido à capacidade do patógeno atravessar a barreira hematoencefálica, uma proteção que o cérebro tem contra microrganismos”, explica Diogo Haddad, neurologista do Hospital Nove de Julho.

Se não tratada, a encefalite por dengue pode levar à sequelas motoras e da fala, além de paralisia. Em alguns casos, podem levar ao óbito.


Link de referência da matéria: https://www.cnnbrasil.com.br

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