Presidente ucraniano também afirmou que russos tentam "transformar a escassez de alimentos no mercado global em arma"
Em discurso na Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) nesta terça-feira (19), o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, acusou a Rússia de fazer chantagem nuclear e de praticar genocídio. É a primeira vez que o chefe de Estado participa da reunião presencialmente.
Zelensky pontuou que o país tem provas de que a Rússia pratica “deportação como política de governo”, inclusive de crianças, e que as estaria ensinando a odiar a Ucrânia.
Ele classificou a “destruição de famílias” e sequestro de crianças como genocídio, “quando o ódio é usado como arma contra uma nação”. Também pontuou durante sua fala que o governo russo utiliza os alimentos e combustíveis como armas.
“É clara a tentativa da Rússia de transformar a escassez de alimentos no mercado global em uma arma em troca do reconhecimento de alguns, se não de todos, os territórios capturados”, disse.
Zelensky também destacou que a Ucrânia está trabalhando para estabelecer rotas terrestres para exportação de alimentos produzidos pelo país. A Rússia deixou o acordo de grãos do Mar Negro em julho deste ano. Esse entendimento autorizava a passagem de navios ucranianos com grãos por um corredor humanitário.
Pedindo união e trabalho conjunto pela paz, o presidente ucraniano reforçou o pedido de responsabilização da Rússia pela guerra, ponderando que “isso pode acontecer com qualquer Estado”.
“Enquanto a Rússia empurra o mundo para a guerra final, a Ucrânia está fazendo tudo para assegurar que essa guerra aterrorizante não aconteça, para que a Rússia não possa atacar outro país dessa forma. Os crimes devem ser punidos. Os deportados devem voltar para casa. E os ocupantes devem voltar para seu país”, pontuou.
Lula discursa na abertura e é aplaudido
Mais cedo nesta terça-feira (19), na abertura da Assembleia-Geral, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez o primeiro discurso, como é tradição na reunião de líderes.
Entre os temas abordados por Lula, foram citados o compromisso do Brasil com a igualdade racial, a queda no desmatamento da Amazônia, a equidade salarial entre homens e mulheres e a liberdade de imprensa.
Como destacou Renata Agostini, analista de Política da CNN, o petista foi aplaudido em sete momentos diferentes durante a fala, sendo a primeira quando disse que “o Brasil está de volta”.
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