A ministra da Igualdade Racial Anielle Franco afirmou que não quer esperar “mais 5 anos para saber quem mandou matar minha irmã.”
O assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes aconteceu em 14 de março de 2018.
Os ex-policiais Ronnie Lessa e Élcio Queiroz estão presos desde 2019 por terem efetuado os disparos, mas não se sabe quem foi o mandante do crime.
A ministra Anielle afirmou que vê com bons olhos a abertura do inquérito da Polícia Federal para investigar o caso.
“Sempre queria que o governo falasse sobre o tema, e mostrasse disposição e vontade de resolver, algo que não tivemos nos últimos 4 anos.”
A decisão do ministro da Justiça Flávio Dino, segundo ela, “é simbólica.”
“Conversei com Dino, a federalização traz esperança para a família como um todo (…). O crime precisa ser solucionado, será uma resposta à democracia”, afirmou.
Na avaliação de Anielle, não é possível que o crime com “uma figura política covardemente assassinada com 5 tiros na cabeça” fique sem solução. A ministra ainda disse acreditar que “nunca mais teremos alguém como Marielle, enquanto pessoa, irmã, mãe, filha, que fazia política com afeto.”
“Óbvio que minha fala não é para desmerecer ou diminuir outras mulheres pretas, que corajosamente se colocaram ainda mais desde a morte de Marielle.”
Ela ressalta que “política nunca foi para mulher, ainda mais para mulheres pretas” e que a violência política é muito maior contra esta parcela da população.
“Não basta elegermos mulheres negras, se não cuidamos delas”.
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