Um estudo recente mostrou o aumento da doença em pessoas com menos de 50 anos, em especial na faixa de 30 a 39 anos
Os casos de câncer de mama em mulheres mais jovens têm crescido nos últimos anos. De acordo com um estudo publicado no início deste ano no JAMA Network Open, mostrou o aumento da doença em pessoas com menos de 50 anos, em especial na faixa de 30 a 39 anos, nos Estados Unidos. No Brasil, especialistas também observam esse fenômeno.
“Claramente aumentou o aparecimento do câncer de mama em mulheres 10, 20 anos mais jovens do que a faixa etária padrão de maior incidência da doença, que é 50 anos”, afirma Pedro Exman, coordenador do Grupo de Tumores de mama e ginecológicos do Centro Especializado em Oncologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.
Na visão de Guilherme Novita, mastologista da Oncoclínicas e diretor da Escola Brasileira de Mastologia, esse aumento pode estar acontecendo por diferentes fatores.
“A população atual faz uso maior de hormônios, seja como anticoncepcional ou para fins estéticos. Além disso, as mulheres hoje em dia têm a menarca (primeira menstruação) mais precoce e, ao mesmo tempo, têm menos gestações e menos amamentação. Tudo isso aumenta o risco de câncer de mama”, afirma Novita à CNN.
Como em outros tipos de câncer, o diagnóstico precoce é essencial para reduzir a mortalidade pela doença, já que quanto mais cedo detectado o tumor, maior é a chance de sucesso no tratamento. Atualmente, o Ministério da Saúde recomenda que a mamografia seja feita a cada dois anos a partir dos 50 anos, para o público geral, e a partir dos 40 anos em quem tem histórico familiar do câncer.
Para mulheres mais jovens, a mamografia pode ser indicada para complementar o diagnóstico em caso de nódulos palpáveis serem identificados no exame físico das mamas e se o médico determinar a necessidade. O ultrassom das mamas também pode detectar a doença.
O tratamento do câncer de mama depende da fase em que a doença se encontra (estadiamento) e do tipo de tumor. As opções possíveis incluem cirurgia e radioterapia (para tratamento local), e quimioterapia, hormonioterapia e terapia-alvo (para tratamento sistêmico).
Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), quando a doença é diagnosticada em fase inicial, o tratamento tem maior potencial curativo. Se a doença já possuir metástases (ou seja, quando ela se espalha para outros órgãos), o tratamento busca prolongar a sobrevida e melhorar a qualidade de vida da paciente.
Sinais e sintomas do câncer de mama
Entre os sinais e sintomas que podem indicar o câncer de mama, estão:
Retrações de pele e do mamilo;
Saída de secreção aquosa ou sanguinolenta pelo mamilo;
Vermelhidão da pele da mama;
Pequenos nódulos palpáveis nas axilas e/ou pescoço;
Inchaços pelas mamas;
Dores na mama ou mamilo.
Fatores de risco para o câncer de mama
Segundo o Inca, entre os principais fatores de risco para o câncer de mama estão:
Histórico familiar de câncer de mama, principalmente antes dos 50 anos;
Excesso de gordura corporal;
Primeira menstruação antes dos 12 anos;
Não ter tido filhos;
Sedentarismo;
Consumo de bebida alcoólica;
Menopausa após os 55 anos;
Exposição frequente a radiações ionizantes;
Tabagismo;
Uso de contraceptivos hormonais;
Alteração genética, especialmente nos genes BRCA1 e BRCA2
Ter feito reposição hormonal pós-menopausa.
Como prevenir o câncer de mama?
Ainda de acordo com o Inca, cerca de 17% dos casos de câncer de mama podem ser evitados com a adoção de hábitos saudáveis, como praticar atividade física, manter o peso adequado, evitar o consumo de bebidas alcoólicas e, se tiver filhos, amamentá-los.
Link de referência da matéria: https://www.cnnbrasil.com.br
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