A afirmação foi feita após reunião com o ministro da Defesa, José Múcio
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, disse nesta quarta-feira (23) que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) teria incentivado militares a cometeram “eventuais erros ou até crimes”.
A afirmação foi feita após reunião com o ministro da Defesa, José Múcio, para tratar da cooperação entre Polícia Federal e a pasta na apuração da participação de integrantes das Forças Armadas em ações contra o estado democrático de direito.
“No período passado, talvez o comandante supremo da época, o ex-presidente da República, não tenha dado ordens corretas e isso pode ter gerado que alguns membros das Forças Armadas tenham cometido eventuais erros ou até crimes”, afirmou Dino.
Ainda de acordo com o ministro, as investigações vão mostrar que as iniciativas partiram de agentes isolados, e não das instituições. “[Vamos] identificar condutas de indivíduos civis ou militares. Em relação a isto há um consenso entre o Ministério da Justiça e o Ministério da Defesa. [Há] muita tranquilidade em relação a essa compreensão”.
Desde a semana passada, quando o hacker Walter Delgatti fez revelações na CPMI do 8 de janeiro no Congresso Nacional de que militares estavam envolvidos em ações contra a Justiça Eleitoral e o sistema democrático, o ministro da Defesa tenta obter a lista com os nomes dessas pessoas.
“Há uma ideia de deixar as investigações caminharem normalmente, nos termos da lei, sobre a condução do judiciário, do Ministério Público e da Polícia Federal e no tempo certo as Forças Armadas com a sua autonomia organizativa irá tomar as providências que foram cabíveis”, completou o ministro da Justiça.
Procurado por meio de sua assessoria, o ex-presidente Jair Bolsonaro não se manifestou até a publicação desta reportagem.
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